O Pastor Branco Suíço é uma raça nova reconhecida pela F.C.I. desde Dezembro de 2002. Esta magnifica raça provém do Pastor Alemão, a qual existia em várias cores incluindo a branca. A partir dos anos trinta os Alemães começaram a rejeitar os exemplares de cor branca por preconceito relacionado com a associação (erradamente) desta cor ao albinismo. Aliás, como hoje é sabido, a cor branca sempre fez parte da raça do Pastor Alemão, além de estar na sua origem.
Devido à rejeição da cor branca por parte da «Verein fur Deutsche Schaferhunde» ( sociedade para a defesa dos Pastores Alemães), os Americanos e Canadianos, que ainda hoje o chamam de Pastor Alemão Branco, decidiram seleccionar estes exemplares e dar continuidade à sua procriação, o que foi mais tarde seguido por alguns países Europeus como Suíça, França, Bélgica e Holanda. Hoje esta raça chama-se Pastor Branco Suíço, devido ao orgulho dos Alemães que nunca quis aceitar a cor branca para o Pastor Alemão e por ter sido a Suíça o Primeiro Pais Europeu a registar a raça, e que mais trabalhou em prol dela. A FCI, após várias pressões por parte dos clubes já existentes desta raça, acabou por oficializar o PASTOR BRANCO SUÍÇO como raça própria. É também de salientar que não houve qualquer cruzamento com outras raças de cães. Se hoje o estalão do Pastor Branco Suíço difere do do Pastor Alemão, foi devido a décadas de cruzas somente entre exemplares brancos, o que deu origem a uma linhagem distinta.
Hoje em dia, esta raça conseguiu alcançar um grande sucesso pela Europa (onde a procura é maior que a oferta, com listas de espera de mais de 1 ano), tal como pelo resto do mundo devido às suas qualidades: beleza, carácter, inteligência. Trata-se de um excelente cão de companhia, com grande aptidão para o trabalho, já utilizado como «cão guia» para cegos e deficientes, «cão de resgate», «cão policia», como também no desporto com bons resultados no RCI, Agility e Mondioring.
História do Pastor Branco Suíço
No fim do século passado, a sociedade alemã “Phylax” interessava-se pelos cães pastores, e eram trabalhados com o objectivo de melhorar as suas capacidades. De entre os animais que a sociedade achava digno de interesse, já faziam parte exemplares de cor clara, até branca. Um oficial da cavalaria prussa, o Capitão Max Von Stephanitz, que era membro desta sociedade, desejava obter um cão ideal, um cão polivalente capaz de sobressair-se em todas as disciplinas. Para concretizar o seu sonho, adquiriu então Hektor Linkstein, um cão bastante dotado, que foi utilizado num vasto programa de intensa selecção. As suas ponderadas investigações genéticas e o seu rigor no trabalho, permitiram-lhe alcançar com rapidez a criação de um cão a altura das suas esperanças. Este cão, de porte nobre e marcial, aliando, a sua inteligência maleável, foi o protótipo de uma nova raça que durante muito tempo será uma referencia de entre as outras e que se propagará a grande escala no mundo: o Pastor Alemão. Os primeiros adeptos deste exemplar excepcional juntaram-se ao capitão para fundarem em 1899 a “ Verein fur Deutsche Schaferhunde “ (Sociedade para a defesa dos Pastores Alemães, mais tarde designada com as iniciais V.S), que se tornou a mais importante e a mais influente das sociedades cinófilas, pela superioridade numérica dos seus “protegidos”. A Verein fur Deutsche Schaferhunde não parou de melhorar as qualidades intrínsecas da raça apoiando-se em regras de criação e de selecção muito rigorosas. No entanto, Max Von Stephanitz não estava predisposto a discriminação relativamente as diferentes cores da pelagem do Pastor Alemão, a primeira finalidade do seu empreendimento sendo a criação de linhagens que tivessem uma grande propensão ao trabalho. Só foi depois da sua morte que a V.S., adopta uma política de rejeição categórica ao encontro dos cães brancos, alegando erroneamente serem albinos degenerados e portadores de doenças genéticas. Desde então, estes ex-Pastores Alemães caídos em desgraça são considerados como simples “bastardos”, e grande parte dos criadores tomam o hábito de eliminar ao nascimento estes infortunados cachorros, que eram brancos. Paradoxalmente, a brancura imaculada destes cães confere-lhes um importante poder de sedução, eles já tinham encontrado o seu publico. A ideia era não os deixar desaparecerem, assim faz Anne Tracy do Minesota (USA) que, em 1917, através do seu cão Stoni Hurst Edmond, produz cachorros que se espalham pelo pais e até no Canada, como também H.N. Hanchett de Minneapolis que, em 1920, começa a importar Pastores Brancos. Os Pastores Alemães Brancos, criados a margem, por via de consequência, constituem pouco a pouco uma raça distinta. No início dos anos 60, a popularidade crescente ocasiona um conflito inevitável com os seus detractores – os criadores de Pastores Alemães “tradicionais” – que os consideram concorrentes. Em 1964, o primeiro Clube da raça nasce na Califórnia (USA) em Sacramento, mas em 1968, o A.K.C. (American Kennel Club), em colaboração com o clube do Pastor Alemão, elimina os Pastores Brancos das exposições. Em reacção, outros amadores organizam-se a semelhança de Sacramento, e fundam em 1969 nos USA, e em 1971 no Canada, novos clubes mais eficientes na defesa destes cães. Em 1980, o Clube Canadiano do Pastor Alemão faz pressão para proibir aos Pastores Brancos o direito de participar nas manifestações cinófilas. Esta tentativa em parte falha. Mas desde aí, além mar, os Pastores Brancos são admitidos a participar nas provas de trabalho, em contrapartida, eles são excluídos dos concursos de Beleza, o que não deixa de surpreender. Em 1980 e 1982, Pastores Brancos são importados na Alemanha, mas foi na Suíça que a primeira ninhada europeia é oficialmente registada. A partir de 1985, a raça irradia rapidamente para a maioria dos países da Europa. Em 1991 uma primeira acção é tomada pela Suíça, a SCS publica o primeiro estalão oficial da raça. Os Países Baixos seguem em 1992. No mesmo ano é criado o Clube Francês do Pastor Branco – C.F.B.B – pela França, e com a ajuda dos clubes de Pastores Brancos europeus inicia-se uma maratona para o reconhecimento da raça (A S.C.C tinha por objectivo o reconhecimento oficial pela FCI). Em 1999, a Republica Checa, a Dinamarca e Áustria seguem os outros países europeus. Por fim, é em Dezembro de 2002, que após inúmeras acções junto á FCI, que oficialmente o Pastor Branco é reconhecido sob a denominação Pastor Branco Suíço, pela circular 87/2002 de 18/12/2002 – Standard FCI 347/18.12/2002/F.
FCI Nº 347 - 26/11/2002 - Grupo 1 - Secção 1
Origem: Suíça
Nome de Origem: Weisser Schweizer Schaferhund
Utilização: Cão de Companhia, Guarda vigilante e de defesa que ama todos em especial as crianças. Cão de trabalho cheio de entusiasmo e dócil.
Aspecto Geral:
Pastor robusto, bem musculoso, de porte médio, com orelhas erectas de pelo duplo de comprimento médio para longo; de figura alongada: dotado de um ossatura moderadamente rústica, sua silhueta é elegante e harmoniosa.
Proporções:
Figura inscrita num rectângulo ligeiramente alongado, a proporção entre o comprimento do tronco ( medido da ponta do ombro à ponta do ísquio ) e a altura na cernelha é de 12:10. A distância do Stop à trufa ultrapassa ligeiramente a distância do Stop à protuberância occipital.
Talhe:
Altura a cernelha nos Machos é de 60 a 66 cm e nas fêmeas de 55 a 61 cm. Peso para os machos é de 30 a 40 quilos e nas fêmeas de 25 a 35 quilos. O comprimento não é especificado. Os exemplares que tenham bom tipo não devem ser excluídos.
Caracter:
Cão de temperamento forte sem nervosismo, atento e vigilante. Por vezes é ligeiramente reservado com estranhos, mas nunca medroso nem agressivo.
Pele:
Sem dobras e de pigmentação escura.
Pêlo:
Pêlo duplo, que pode ser curto ou meio longo, liso, denso e bem posto, Sub pêlo abundante. O pêlo da face é curto e nas partes posteriores dos membros, cabeça e pescoço é um pouco mais longo. Nos exemplares de pelo meio longo pode ser ligeira mente ondulado. Um pouco duro também é aceitável.
Cor: Branco
Cabeça:
Possante, seca, finamente cinzelada e bem proporcionada ao tronco. Vista de cima e de perfil é em forma de cunha. As linha superiores de crânio e do focinho são paralelas.
Crânio: Pouco arqueado, sulco sagital apenas esboçado.
Stop: Pouco marcado, mas claramente perceptível.
Focinho: Sólido, de comprimento médio em relação ao crânio. A cana nasal é recta e ligeiramente convergente em direcção à trufa.
Lábios: O mais preto possível, secos e juntos.
Mordedura: Dentadura forte e completa com mordedura em tesoura.
Olhos: De tamanho médio, inseridos ligeiramente oblíquos de cor castanha a castanho escuro. As pálpebras de orla preta são bem ajustadas ao globo ocular.
Orelhas: Inseridas altas, grandes, perfeitamente erectas, paralelas e apontando para frente em forma de triângulo alongado que se arredondam ligeiramente nas extremidades.
Pescoço: De comprimento médio e bem musculado, encaixando harmoniosamente no tronco, sem barbelas. A linha superior do pescoço é arqueada com elegância, em continuação da cabeça portada moderadamente alta até a cernelha.
Tronco: Vigoroso, bem musculado e de comprimento médio.
Cernelha: Bem elevada.
Dorso: Horizontal e sólido.
Peito: Moderadamente largo, bem profundo até aos cotovelos, medindo metade da altura na cernelha. Caixa torácica de secção oval bem desenvolvida para trás, com ante peito marcado.
Ventre: Livre e firme, ligeiramente esgalgado.
Lombo: Fortemente musculado.
Linha inferior: Ligeiramente esgalgada.
Garupa: Longa e de largura média, a partir do lombo inclina-se suavemente até a raiz da cauda.
Membros: Fortes, secos, de largura e espessura média.
Anteriores: Vistos de frente são rectos e ligeiramente afastados, de perfil bem angulados.
Ombros: Escápulas longas, bem obliquas formando um ângulo correcto com úmero, todo o ombro é bem musculado.
Braços: De bom comprimento e muito musculados.
Cotovelos: Trabalham bem ajustados rente ao tórax e correctamente direccionados para a frente.
Antebraços: Longos, rectos e secos.
Metacarpos: Sólidos e pouco reflectidos.
Patas: Ovais, dígitos bem fechados e arqueados, almofadas firmes, resistentes e pretas, as unhas são escuras.
Posteriores: Vistos de trás são rectos e paralelos, ligeiramente afastados, de perfil bem angulados.
Coxas: São de comprimento médio e bem musculadas.
Pernas: De comprimento médio, em posição obliqua, bem musculadas de forte ossatura.
Metatarsos: De comprimento médio, rectos, secos. Os presunhos devem ser amputados.
Jarretes: Sólidos e bem angulados.
Patas: Ovais, as posteriores são ligeiramente mais longas que as anteriores, dígitos bem fechados e arqueados, almofadas firmes, resistentes e pretas, as unhas são escuras.
Cauda: Em forma de sabre, e farfalhuda em toda a extensão, inserção preferencialmente baixa e alcança no mínimo os jarretes. Em repouso fica pendente ou ligeiramente para cima no seu ultimo terço, em actividade é portada mais alta sem nunca ultrapassar a linha superior.
Movimentos: Passadas e ritmo bem cadenciado, fluente e firmes. De grande amplitude com propulsão poderosa. No trote a movimentação é fácil e mais longa.
Faltas:
Avaliadas conforme a gravidade.
Faltas leves: Presença discreta de pêlos de cor amarela.
Despigmentação da trufa, lábios e orla das pálpebras.
Faltas graves:
Exemplares desproporcionados de figura quadrada ou muito curtos.
Indefinição das características sexuais de machos e fêmeas.
Orelhas caídas, semi caídas ou partidas.
Linha superior fortemente descendente.
Cauda enrolada, partida, em gancho ou portada sobre o dorso.
Pêlo externo macio, sedoso, lanoso, encaracolado, mal assente. Falta de sub pêlo.
Desqualificações: As gerais e mais:
Cães agressivos e medrosos.
Um ou ambos os olhos azuis.
Prognatismo superior ou inferior.
Trufa, lábios ou orlas totalmente despigmentadas.
Pele ou almofadas totalmente despigmentadas.
Albinismo.
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